segunda-feira, 26 de maio de 2008

EREL 2008 - Floripa/SC

Aí estão algumas fotos do que rolou no EREL 2008, realizado de 1° a 4 de maio nas dependências da UFSC, em Floripa.

Deslumbrem-se.






Oficina de confecção de caixas com Flyers (super útil)








Compenetração (excluindo Páti e Bruna)








Pose pra foto (sem feijão no dente)







E o vento levou









Sem comentários







Cachórros da UFSC (dando uma de Tedi)









Bonito







Galera (não sei onde)








O CEL








Deu praia (não?)









Tá valendo







Candido: exemplo do estudante de Letras UFRGS









Festa







Vortando






FIM

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Apresentação mui subjetiva do CEL


A sala do CEL é assim: miúda, um sofá na extremidade inversa à porta, duas cadeiras estofadas, uma prateleira com livros, uma mesa com dois computadores. É o centro dos estudantes da Letras, no entanto.

Sua exigüidade é uma realidade contestável. Seu espaço físico é sobreposto pela fraternidade imperante. De fato, uma atmosfera embevecedora, qual o vinho que acalma os tormentos. Ou qual o manto de lã que, no inverno, aquece os homens. O CEL é tri, na real.

Se poucos - ou mesmo nenhum - estudantes são cientes de que o Centro é de fundamental importância para eles, uma vez que é sua voz nas reuniões de funcionamento do Curso, muitos letristas passam pelo querido tugúrio diariamente. Procuram café, impressão, uns acordes no violão e o bom papo-furado. Ou mesmo discussões profícuas. Já discuti o Caos com o Funck lá. Não que isso tenha sido profícuo.

Cuido interessante falar um pouco acerca dos membros do CEL. A gestão é mesmo formada por amigos. Vãs politiquices são vilipendiadas; pode-se dizer que somos uma gestão artística, colhendo o fruto íntimo de cada estudante, desdobrando-o num ideal comum. Ó, mas como é bom entregar uma carteira de ônibus a um estudante, ou vê-lo satisfeito quando de uma impressão de trabalho! Mesmo nossa objetividade é regozijante.

O Lucas que é pragmático. Tá nas Finanças. Quem ainda não o viu contando o dinheiro, precisa ver. As notas separadas por valor sobre a mesa, ele debruçado sobre ela, corpulento, circunspecto, austero. Causa impressão. Não fale com ele em tal momento: dedica-se por completo à tarefa. Imagino o Lucas indo cobrar uma dívida com outro DA. Um mafioso italiano, frio, sanguinário, o revólver sob o paletó. Mas qual nada, o cara é afável como um castratti. Quando eu me exaspero, e escrevo um ofício chamando alguém de boçal, ele senta-se ao meu lado e procura me mostrar o equívoco. É, com efeito, diplomático.

Não lançarei olhar de esguelha para os senhores Tedi e Nicolau. Estão certos. Vejam, novidade sempre é atraente. Conciliam bem os afazeres do DA com suas pombinhas gorjeantes. Não raro estou ali no CEL, bebendo um cafezinho, dando uma olhada por cima nalguns poemas de Baudelaire, ou talvez de Whitman, e noto que a armadilha já está posta. Nicolau queda o traseiro na cadeira, esperando. Eis então que surge o desavisado passarinho, indefeso, perdido. Vai bicando pelo rastro ardilosamente deixado pelo caçador, vil e sublime engodo da beleza humana. É então que, ai!, ele puxa a cordinha e prende o animalzinho. "Já viste ali, pequena?", e aponta para um cartaz colado na porta, "Festa na Toca, vai ser quarta... Esteja lá, viu?"

É a mofa que move a vida do bronco e multifacetado artista Nicanor. O mesmo homem que aponta as belezas num Toulouse-Lautrec organiza, de uma idéia surgida em certa madrugada de bebedeira, o Vale-Tudo da Letras. Homem que faz boxe e escreve sobre o amor. E toca violão. Também é sujeito que se apraz na troça. Agrada-lhe exaltar as baixezas dos outros. Certa feita, veio-me com esta: "Não dá mais pra chorar as desgraças no nosso século 21, isso é coisa de romântico oitocentista... O negócio é rir de nossa abjeta situação."

"Tu ficas ali na volta, dizendo, 'quero te comer, quero te comer'. Um dia, ela tá lá, carente, desprezada pelo amado, e te dá. É assim que funciona a coisa", disse-me o Funck quando eu o admoestei por causa de sua impudicícia com uma dama, o que me parecia debalde e ofensivo. Pode até ser. O Funck tem, com efeito, uma visão "absurdista" da realidade; subverte-a ao artificial.

O Raôni ainda é minha melhor influência. Tem uma bela desenvoltura nas inter-relações humanas, consciencioso, hábil e crítico. Extremamente cético, espezinha tudo que tenha aspirações transcendentais, inclusive a mui dogmática Universidade. É, todavia, cortês. Se a menininha do CEL quer ver o mundo pelo prisma do horóscopo, ou ainda que se acredite um ser especial, deveras crente em metafísicas, muito bem, deixemo-la, mas nós sabemos que não é assim, que isso tolhe a percepção consciente do mundo, mitiga o poder do Eu.

O Raôni filosofa por aforismos. Não raro, estou amofinado, sem saber ao certo o que me aborrece, irrequieto e mesmo angustiado. Fico lá a um canto, sorumbático, um vem e me pergunta o que tenho, e eu não sei responder e me apoquento ainda mais. E é o Raôni que, com suas frases concisas e secas, dá a medida certa do que está passando. “O cara...”, ele costuma se referir assim ao Homem.

Bom, o CEL pode mesmo ser muito mais que isso que eu referi aqui, além do que eu me esqueci de dizer, do que eu, açodado no afã de entregar este texto aos já iracundos coordenadores- gerais Tedi e Nicolau, tive que preterir – por exemplo, deixei de falar no talentoso intelectual Presidente do CEL Floco Mendiccelli, o que me é pesaroso – e estou certo de que é mais, mas fico por aqui, e espero que tenham gostado deste rápido panorama feito do meu ponto de vista acerca do nosso Centro.


Por Bruno Said Oyarzabal (membro da gestão CEL 07/08)

Embalagem

Teu segredo eu guardo em meu corpo, e aqui o mantenho e o espremo e condenso e o filtro e o côo e assim o degusto, e de glândula em glândula o vou passando, sentindo cosquinhas assim meio que eletromagnéticas, e as pessoas conseguem ver nos meus olhos o exato trajeto, meu ouvido direito pulsando por tua respiração e minha boca entreaberta (tudo isso guardo em meu corpo, as pessoas vêem pelos olhos, e no trabalho deslizo teu segredo para as paletas, eu sou Atlas em forma de estivador e ergo nas costas o peso do mundo, e eles vêem o que tenho aqui dentro - o teu segredo bem guardado, parcialmente decomposto pelos meus músculos) e daí meu corpo de tanto segredo e de tanto suportar o mundo me pede um cigarro e eu o levo a boca e meus dedos, de tanto ir lá dentro de ti buscar mais uma pista sobre teu segredo e de tanto manuseá-lo nas pontas dos nervos das unhas e nos cabelinhos dos dedos me imploram por ti e teu cheiro com o do cigarro.
E o teu cheiro que veio junto com esse segredo e com esse outro cheiro da china que se esconde atrás desse véu de princesinha, de rainha, de dona de todas as coisas; o teu cheiro não guardo, já o conheço. E de noite eu e tu e teu segredo e teu cheiro e tudo o que existe nos encontramos, e acima do teu corpo quero dependurar meus beiços e em ti babar o teu segredo que passou o dia de glândula em glândula sem ser resolvido. Eu não preciso de abrigo, pois se chove ou faz frio dentro de mim me enfio atrás do teu segredo, e neste pedacinho de ti não há medo e me escondo nessa filial do teu ventre, e de noite te babo e me escondo desta vez em ti, para de uma vez dentro de ti jorrar esse teu segredo. Eu, que em meu corpo guardo teu segredo e tu, que em teu corpo me tens por inteiro.

Autor: Guilherme Floco Mendiccelli

segunda-feira, 12 de maio de 2008

I Jornada de Estudos Germânicos

PROMOÇÃO DO SETOR DE ALEMÃO/UFRGS

16/05/2008

Local: Auditório Luft

8h30min até 9h

Inscrições

9h

Abertura oficial

9h45min até 11h

Palestra

Dr. Gerson Neumann

Título: O Brasil na Literatura Alemã do século XIX

11h até 12h

Kaffeepause + Apresentação de pôsteres

13h30min

Sessão de comunicação

Alunos e ex-alunos do Setor de Alemão UFRGS apresentam trabalhos

Ana Piccoli: "A Oralidade na aula de DaF"

Vinícius Heinrichs:

Filipe Kepler: Tradução da prosa de Rainer Maria Rilke

Jaqueline Frey: "A presença do alemão-padrão entre os falantes bilíngües Hunsrückisch-Português no sul do Brasil"

Martina Meyer:
Thiago Benites: "Kafka e o Cinema"

15h15min até 16h30min

Palestra

Dra. Cristiane Killian

Considerações sobre a tradução de textos especializados em alemão e português

16h45min
até18h

Apresentação artística

com alunos do Setor

Coordenação: Prof. Christoph Schamm

terça-feira, 6 de maio de 2008

Recuso

Recuso-me a ser triste
Recuso a melancolia
Afã de minha vida.

Recuso o descompasso
Dos andares pelas
Estradas da eternidade.

Ah, queria dizer-te coisas
De uma ternura tão simples.
E encontrar uma paz em
Tudo isso.

No entanto, veio
o meu Destino.
E recusou a dar-me teu
Amor.
O mal-amor; ser mal-amado.
Um amor sem cuidado.

Não quero esperar-te.
Porém, tua forma,
Chama, pensamento,
Olhares, imensidão —
São tão, tão presentes.

Em um gesto largo e
Demorado, descobrir-te-ei
Destino que demarcarei,
Num instante de nossas
Histórias.

Uma luz,
Uma chama,
E chuva.
Nos corações
Despedaçados.
Ainda há uma gota
de orvalho,
luzindo à noite.

E tenho anoitecido.
E tenho amado-te tanto.
E te tenho, e não tenho,
E triste sou.

Recuso-me, no entanto, a ser triste.


Autora: Gabriela Grecco

domingo, 4 de maio de 2008

Apenas por alguns segundos

Entre as milhares de pessoas que comemoravam aquele reveillon na beira da praia, ele a avistou, ficou surdo, não sabe se pelo barulho dos fogos ou pela visão momentânea que teve. Ele que era tão descrente de tudo, passou naquele instante a acreditar, a simples presença dela fez encher-lhe o coração de esperança, e ele acreditou na felicidade. Nunca nenhuma mulher havia feito ele sentir aquilo antes, e diga-se de passagem, já tivera inúmeras. Ao mesmo tempo que essa loucura ia tomando conta de seu coração, sua mente, a todo instante perguntava-se como uma simples visão muda a vida de um homem?

Sim, muda mesmo, pois ele já fazia planos de casar-se, ter filhos, parar com a vida boemia, negar tudo aquilo que sempre fora o sentido de sua existência. Estava amando, não trocara uma palavra com aquela iluminada moça da multidão, mas sentia que já a amava. Pensou então em quantas vezes já havia amado uma mulher. Não soube responder, num primeiro instante indagou-se: “não amei nenhuma”, balançou a cabeça, sorriu e disse em voz para que todos a sua volta ouvissem:

-Amei todas, as que mereceram e as que não mereceram, as que me abandonaram, as que eu abandonei, amei por alguns segundos, mas amei.

Olha novamente a multidão, que por causa do barulho dos fogos (ou mesmo por desprezo ao homem que se confessava) permanecia a ignorá-lo. Procurava a sua deusa por entre as pessoas e não a vê mais. A tristeza começa a tomar conta do seu semblante, mas ele lembra-se de uma frase, começa a sorrir e fala baixinho:

-Amei-a, por alguns segundos, amei-a na multidão.


Autor: Diux Levoy

quinta-feira, 1 de maio de 2008

XIII EGEL - Santa Maria

Aí estão algumas fotos e um pequeno relatório do que aconteceu no XIII Encontro Gaúcho dos Estudantes de Letras em Santa Maria, de 27 a 30 de Março de 2008.
A Letras UFRGS esteve presente com a maior delegação visitante no evento.
Obviamente, participamos de 100% das palestras, oficinas e mini-cursos realizados durante os quatro dias de evento, porém, como achamos de bom senso não tirar fotos durante tais atividades para não incomodar os apresentadores e o público ouvinte, somente tiramos fotos de momentos de maior descontração.
Na plenária final, realizada com representantes de todas as universidades presentes (incluindo também um aluno da UNB e uma aluna da UFSC), Guilherme Mendiccelli, o Floco, Coordenador Geral do CEL, foi eleito um dos novos Executivos Estaduais do Rio Grande do Sul. Portanto, o CEL e a Letras UFRGS têm agora um representante diretamente ligado a EXNEL (Executiva Nacional dos Estudantes de Letras). Nessa mesma plenária, foi escolhida a sede para o XIV EGEL, em 2009: a Unisinos foi candidata única e eleita por consenso.





A ida.









A ida, ainda.







A primeira janta.









O primeiro almoço.







Candido mostrando que o aluno da UFRGS tem opinião.








Floco em momento de reflexão durante sua oficina de Latim.









Festa no Campus.







O Campus na festa.








A concentração pré-festa no centro de Santa Maria.








O aquece.








E o resultado.








A pré-volta.








E a volta.






OBS: as fotos foram postadas com atraso devido a questões de prioridades do blog.