terça-feira, 25 de março de 2008

Yeah

Yeah, foi a resposta da minha puta. Pego-a pelos cabelos e dou dois tapas naquela cara de cavala no cio. Uma verdadeira puro-sangue. Alta, gostosa e vagabunda. O sangue nem tão puro assim. Não me preocupo, costumava ouvir meu pai dizer que AIDS só se pega uma vez na vida. Eu gosto de guardar o leite. Tudo no seu devido lugar. Caída no chão, a boca sangra um pouco. Ela lambe seu sangue e vira aquele rabo na minha direção.
-Come meu cu. – ela nunca teve rodeios comigo. Pego minha pica com a mão esquerda, a direita açoita-lhe a bunda para começar o trote. Cuspo naquele cu e encaixo o murcilhaço. Ela faz o resto do jeito que bem entender, nunca fora adestrada. Égua xucra, nunca me decepcionou.
-Ai garanhão, enxe meu cu de porra enxe.
-Vô te enxê é de porrada, cala a boca vagabunda e mexe esse rabo gostoso – e ela mexia; não porque eu mandava, mas porque ela gostava. Precisava daquilo. Uma puta.
-Pau no cu. Pau no cu. Pau no cu – digo, repito e começo a rir. Pau no cu literalmente, vagabunda esfolou meu caralho. Tiro e mando-a chupar, quero gozar naqueles peitos e vê-la toda lambuzada. O cheiro de merda do próprio cu traz-lhe um prazer tão intenso que ela goza antes mesmo de colocá-lo na boca. Algum tempo depois é minha vez. Penso em gozar-lhe a cara, os peitos e as coxas. Gozo em seus longos cabelos e só. Não tinha leite suficiente, “preciso ir ao mercado”, penso e começo a rir. Ela não entende, mas isso não interessa, ela está satisfeita. Vai até o banheiro e caga.
Nós dormimos.

Autor: Bruno Funck

domingo, 23 de março de 2008

O Baile

- Apesar de que te desagrade, um passo pra trás é um passo pra trás, um passo para frente é um passo pra frente, e não é simples, pois ao teu passo para trás devo responder com um passo adiante, a minha direita é a tua esquerda, tua esquerda minha direita, quando um diante do outro, e não é tão simples, mas estamos juntos, estamos dançando, e eu te acompanho, mesmo que certos movimentos teus me pareçam vazios de significado, incompreensíveis mesmo, acompanho desajeitado, atencioso, e de tanto errar aprendemos um passo novo,e fica tão fácil depois que se aprende, tão bom de dançar. Claro que não somos grandes bailarinos, eu bronco, tu tímida, mas eu gosto de dançar contigo, simples - sem saltos e piruetas, tantos finais trágicos -, sentir teu corpo perto do meu, eu e tu, nós dois, sem exibicionismos acrobáticos, pois ninguém precisa saber de nós, o quanto nos acertamos e dasacertamos, somos eu e tu, somente. Todo mundo entra neste baile e tanta coisa acontece por aqui, meninos e meninas de olhos surpresos e mãos curiosas - eu também já fui menino - pares desencontrados, ajustados -estes mais raros e discretos- , bonitos e feios e quentes e apagados e tantos e tantos, e tantos mais sozinhos, sozinhos-procura, sozinhos-par, sozinhos-acrobatas, sozinhos-sozinhos, uns no bar - eu também já estive lá , boca seca, balcão e cotovelo -, outros caminhando, outras esperando, olhares e olhares, medo e vergonha, homens dançando com homens - e a suavidade ?- mulheres dançando com mulheres - e a força? - e tudo e todos procurando um ritmo, um mesmo compasso, mas aqui não tem música, e talvez eu esteja aqui imaginando um tango, tu uma valsa, demora acertar, temos de condescender, senão fica impraticável, ou quem sabe, exótico. Minha vó diz, quando dançava, caso o par errasse, ela errava junto, isso que é saber dançar - apesar de que erraram tanto que ela acabou se perdendo. Agora já estamos dançando melhor de novo, não é fácil, tem que prestar atenção, esquecer os outros, talvez tu esteja aqui, mas pensando em outro que te tire pra dançar a valsa que tu sempre quis, um valsista e tanto, mas valsa é tão monótono, e pode ser outra coisa, com mais ritmo, pode ser melhor, se nos concentrarmos na gente, dançaremos melhor do que tantos outros aí, uns que não se acertam, outros que nem par tem, se eu ficar espiando por cima do teu ombro, te piso no pé e acabo te machucando, e é por isso que tem que se dedicar toda a atenção, e continuar dançando, cada vez mais perto, cada vez mais certo, como se houvesse música.


Autor: Vinicius Camargo

http://www.contosvinicius.blogspot.com/

Palestra Perspectivas Comparatistas Hoje

PALESTRA

Perspectivas Comparatistas Hoje

27/03/2008 - 14 horas
Auditório Celso Pedro Luft

Prof. Dr. Jean Bessière
(Université Sorbonne Nouvelle - Paris III)
Prof. Dr. Stéphane Michaud
(Université Sorbonne Nouvelle - Paris III)
Profa. Dra. Inês Oséki-Depré
(Université AIX)

OBS: o PPG/Letras está vendo a possibilidade de conseguir tradução simultânea.

sábado, 22 de março de 2008

XIII EGEL


Do dia 27 ao dia 30 de março de 2008, em Santa Maria, na UFSM, será realizado o XIII Encontro Gaúcho dos Estudantes de Letras.

Organizado pelo DAL UFSM / Gestão Vozes 2007/2008, o evento contará com a presença das principais universidades do Estado, incluindo a UFRGS.

O CEL far-se-á presente com algum de seus membros, além de contarmos com a companhia de demais alunos da Letras/UFRGS.

Maiores informações no CEL e/ou no site w3.ufsm.br/daletras

As inscrições com direito às três refeições vão até o dia 24/03, próxima segunda. Interessados, portanto, sejam rápidos para efetuar suas incsrições. Preço a partir do dia 21/03: 65 reais, com direito às refeições e alojamento. O transporte até Santa Maria será disponibilizado pelo CEL ao custo de 10 reais por pessoa.

Contamos com a presença de vocês para representar nossa universidade.

Colóquio Internacional Brasil-Canadá

Dias 25 e 26 próximos estará acontecendo o Colóquio Internacional Brasil-Canadá no ILEA - Campus do Vale.

Palestras e mesas redondas sobre Imaginários Coletivos e Mobilidades (Trans) Culturais, incluindo três palestras em língua francesa e uma em língua inglesa.


Inscrições no NEC UFRGS e PPG/Letras UFRGS.

Preços:

Graduação: 10 reais
Pós-Graduação: 15 reais.


O Ator

A história que vou narrar é verídica. É uma dessas histórias que raramente acontecem, mas que ocorreu com um amigo. O que você faria na situação? Confesso que se fosse comigo talvez tivesse tomado uma atitude diferente frente ao caso. Depois de refletir, decidi que agir sempre pelo primeiro impulso, pois nossos instintos expressam a nossa mais verdadeira natureza. Mas vamos então à história porque temos pressa de viver.
Era terça-feira, 4 de junho de 1998, dia avermelhado em São Augusto da serra no interior do Rio Grande do Sul. Naquele dia caía uma chuva fina e gelada que se estendeu até a madrugada fria de modo que parecia eterna. A viagem tinha sido longa, já era o segundo show do fim de semana e Beto estava cansado; não estava muito para festa nessa noite. A noite passada deixou o desconforto ácido do excesso de bebida e de expectativas. Hoje, portanto, deveria ser simples, sem tentativas frustradas, sem pessoas sem assunto, e todo e qualquer elemento que precisasse de grande esforço seria muito carregado. Os shows vinham bem, as casas quase sempre lotadas, e o cachê pago no ato, quase sempre em dinheiro, já dava para garantir uma vida bacana com alguns luxos. Era certo que essa noite não devia nada ao seu ego e à sua agilidade. Confortável seria uma cama, sozinho ou não... Tudo pronto, preparava sua saída com a mochila em punho e poucas preocupações no bolso. Erguia a pesada mão até tocar a mão da garota do caixa para pegar o cartão quando aquela linda voz docemente rouca soava perto o suficiente para quebrar a aspereza daquele lugar impregnado de cigarro, cerveja e histórias; dócil o bastante para dissuadi-lo do ralo caminho que o levaria ao sono profundo dentro do ônibus da banda.
“Ei”, era o monossílabo mais interessante que poderia ouvir naquela noite e, se você vier a conhecer a dona dele, vai ter de concordar com minha falta de palavras para descrever BELA. Beto estava pronto a dar qualquer fosse a informação que aquela linda garota-morena-olhos-brancos poderia querer dele, herói suburbano cheirando a cigarro e whisky com cafeína.
Diz ela: “é incrível como a gente não nota as pessoas às vezes. Não é?”
“É uma viagem”, responde.
“É verdade que você vai embora?”
“É, to um pouco cansado, sabe.”
“To um pouco bêbada”
Ele não tinha nada de especial, mas os homens sabem que sempre tem alguma chance, e que as mulheres dão mais importância para o espírito do que para o físico, e que, afinal de contas, ele não era tão feio assim. Quinze minutos de conversa, ela o convidou pra sair dali e ir comer algo.
Quando na saída, foram os dois direto para um carro cinza-escuro estacionado na frente do bar. O bip de desligar o alarme abriu também as portas e os dois entraram se agarrando no banco de trás de um Peugeot prata. As mãos dela eram incríveis e o corpo era como um parque de diversões. Passava a mão por baixo da blusa dela do baixo das costas até o pescoço e cabelos, fazendo com que ela respirasse forte perto de sua boca, e ela o beijava forte no pescoço cada vez que seus corpos tentavam contato maior do que a roupa permitia. Eles não deviam ficar ali, deviam ir para a casa dela, “mas antes vamos comer algo”, ela diz.
No caminho faziam conversas novas, ele contava os gostos musicais, ela vinha dizendo aos poucos como vê as pessoas, e no meio do assunto ela franze a testa e pergunta: “você é o Reinaldo não é?”.
“Como assim, sou o Beto”, responde ele.
Nesse ponto é que a gente se indaga! Passaria pela sua cabeça a palavra “sim”? Aqueles lindos olhos convidativos... Por que não viver esse personagem somente essa noite, diante daquela boca que o beijara e não se importaria em beijar muito mais se a resposta fosse sim. Caro leitor, só frente à tentação podemos dizer se somos fortes.
De qualquer forma, não era eu e não era você lá. Era Beto. Bela ligou para agradecer o cuidado e veio visitá-lo no fim de semana seguinte.


Autor: Calígula

Inferninho da Letras na Toca
- PANCADÃO DA LETRAS -
19/03/08

A alegria correu solta no último Inferninho da Letras. Bixos e veteranos foram embalados ao som do mais puro funk carioca.






Fotos by Roberta Spessatto
Legenda by Thiago Thedy